28/02/2018 - A mãe sai sozinha

Aproveitando estar em férias, o pai resolve tentar corrigir um problema da TV a cabo que se arrasta há meses. O sinal do quarto há muito tempo não pega e, apesar de há anos o pai pedir para a mãe  (que trabalha em regime de home office) agendar data para a correção, ela nunca fez isso. Pois bem, então vamos finalmente corrigir a bagaça. 

Visita agendada para o dia tal e... nada. Na verdade, por coincidência, na manhã do mesmo dia houve um problema geral da empresa no nosso prédio (um amplificador de sinal do prédio, aparentemente), fazendo com que todo o sinal caísse, não só da TV a cabo, mas também da internet e telefone. E a visita específica agendada para corrigir o probleminha de sinal no quarto virou uma visita coletiva. No final das contas, o problema geral foi corrigido, mas não restou tempo para acertar o nosso problema específico.

Visita agendada para o dia seguinte, ok. O problema é que a mãe, na manhã do mesmo dia, resolveu marcar um exame ortopédico do bebê e achou um encaixe bem para o horário da visita do técnico da TV a cabo... logicamente que a ansiedade venceu a programação e ela resolveu que iria naquele momento. E se o pai não pode ir por conta da visita técnica agendada, que se dane: ela vai sozinha!! Afinal, um dia ela vai ter que fazer isso mesmo, não?

Bom, de fato em algum momento isso ia acontecer. O problema é que a mãe tem extrema dificuldade com qualquer coisa que demande mínima habilidade manual para mexer e utilizar máquinas. Isso é até curioso, considerando que a profissão da mãe é programar máquinas (TI). Mas, enfim, ela é desse jeito e não há nada que possa ser feito a respeito. Esclarecido isso, dá para entender as perguntas do ENEM: como colocar o bebê no bebê-conforto? Como encaixar o bebê-conforto na base instalada no carro? Como prender o cinto de segurança? Como soltar o bebê-conforto da base? Tudo isso é uma espécie de Ironman para a mãe, tarefa hercúlea, dificílima e que demanda horas de esforço monumental. 

O pai instrui e demonstra para a mãe como tudo isso é fácil. De fato, após rápidos 15 minutos, a mãe consegue fixar o bebê no bebê conforto. O pai faria isso no tempo que demora a troca de pneus num F-1, mas isso não vem ao caso. O importante é demonstrar para a mãe que o negócio não é tão difícil. Exatamente na hora de irem os dois fixar o bebê-conforto na base do carro, o interfone toca. Lei de Murphy, o técnico da TV cabo chegou exatamente no horário!!

Assim, a mãe desce sozinha com o bebê para a garagem, enquanto o pai fica esperando o técnico da TV a cabo, com a vã esperança de que a mãe irá conseguir fixar sozinha o bebê-conforto no carro. No mesmo momento em que o técnico toca a campainha, a mãe liga em desespero, perguntando como fixar o %#$*¨&%@# do bebê-conforto. (lembramos aqui que é só colocar em cima da base e esperar fazer um clique). O pai pergunta se a cabeça do bebê está virada para a frente do carro e o primeiro obstáculo se resolve instantaneamente. Mais 2 minutos e outra ligação: como desliga o ar condicionado do carro? Difícil, mas o pai consegue explicar em menos de meia hora. Acabou? Nãããããão, mais 2 minutos e nova ligação: como fecha o teto solar do carro? Logicamente que depois a mãe ainda ligou após mobilizar todo o estacionamento da clínica para tentar entender como solta o bebê-conforto da base (isso o pai realmente consegue fazer com um dedo em menos de 1 segundo). Ainda houveram outras ligações, mas essas se referem apenas a questões documentais...

Mas e a TV a cabo? Bom, em menos de 5 minutos o decoder foi trocado e ela voltou a funcionar.


01/03/2018 - Zé do Caixão

Uma das coisas que mais chamaram a atenção dos pais foi que, ao nascer, Rafa Kenzo tinha unhas do Zé do Caixão. Umas unhas bem compridas, embora estivessem molinhas porque dentro do útero é molhado. 

Mas no mundo seco dos humanos, uma unha daquele tamanho só é possível em filmes de terror nacional. Zé do Caixão total, unhas enormes, que ficaram ainda mais chamativas depois que percebemos que o nenê nasceu peludo como se fosse um Toni Ramos. Afinal de contas, nasceu um ser humaninho ou um Chewbacca?


Dizem que os pelos caem em breve e que os pais já podem cortar as unhas do menino depois de uns 7 dias. Ainda bem, porque já estávamos aguardando a lua cheia para ver se o rapazote começa a uivar. Além disso, é sempre bom para a mãe poder evitar umas unhadas nas próprias tetas da mãe durante a alimentação. Alguém precisa ensinar esse menino a ter bons modos à mesa!!!


27/02/2018 - O crescimento

Uma semana se passou. O peso do Rafael Kenzo não subiu. Até caiu um pouco, o que é normal, mas dentro dos níveis admitidos (até 10%). O bebê nasce meio inchado de líquidos, secreções e sei lá mais o que, além de ter que trocar a fonte de alimentação: antes era pelo umbigo, agora é pela boca. Essa adaptação leva um tempinho e, com isso e a perda de líquidos, ele pode perder até uns 10% de seu peso ao nascer num prazo de 2 semanas. 

O Rafael também teve que lidar um pouco com uma alimentação que estava um pouco limitada pela dificuldade em se acertar com o bico da mama da mãe. Leite não falta, até pinga em excesso, mas a mamada tava passando por fases que não geravam 100% de eficiência, o que só esta sendo conseguido agora. De qualquer forma, isso significa apenas que os 8% que ele perdeu poderia, talvez, ser um pouco menos, mas que isso ainda tá dentro do padrão de normalidade.

Tanto isso é fato que o bicho continua cagando muito. Deve ter puxado o pai nesse aspecto. Em um outro aspecto, cresceu 2 cm na semana (nisso talvez não tenha puxado tanto o pai). Fazendo uma p. a. simples (lembram disso? Progressão aritmética??), temos que se mantiver a taxa de 2 cm/semana, chegará ao fim de um ano com um crescimento de 104 cm. Somados aos 46 cm que já tinha ao nascer, alcançara 150cm, ou 1,50m, em 19/02/2019, ultrapassando a altura da avó e da tia paterna.

Será? Será? Será?


26/02/2018 - O sono dos justos

Consulta na veterinária pediatra e aquela informação que todo pai gosta se conforma em ouvir: a recomendação que a mãe dê de mamar diretamente no peito, sem delegar ao pai a função da mamadeira da madrugada. 

E o pai, diante da impossibilidade de ajudar, acaba se conformando em voltar a dormir oito horas por noite ininterruptamente, frustrado por não poder ajudar a mãe na tarefa de alimentar o moleque. Já a mãe, tem que se conformar com as mamadas noturnas, não podendo deixá-lo mais de 4 horas sem comida, segundo a médica. Ainda acho isso estranho, mas o Rafael parece estar lidando um pouco melhor com esse negócio de ser acordado de madrugada para comer. Pelo menos não chora loucamente antes e depois. Se chora, o pai que repousa não percebe....

Mas a qualidade das mamadas está melhorando. Além da informação sobre o papel do pai na mamada da madruga, a médica também ajudou muito a mãe a entender melhor a mecânica da mamada. Vamos dizer que o bebê tem um plugue semijaponês e a mãe tem uma tomada européia, que estavam sendo unidos por um adaptador, o raio do bico de silicone. Só que esse adaptador causa perda de eficiência energética. 

O que a médica fez foi ensinar que, com jeitinho, dá pra plugar direto o bebe semijapa à tomada européia que é o peito da mãe, sem dar mau contato. E nas primeiras mamadas sem o adaptador, já deu pra perceber que o rendimento foi bem melhor, ainda que tenha dado um pouco de trabalho para acertar a posição da plugada.


25/02/2018 - Ofurô

Aos poucos, começamos a pegar o ritmo do Rafael Kenzo. Quando ele dorme, faz isso em qualquer lugar, mesmo se estiver rolando uma baita zoeira e conversas das visitas. Quando ele chora, o desafio é descobrir a razão. Em alguns momentos isso é fácil: quando tiramos a roupa dele para tomar banho ou trocá-lo, é fácil adivinhar que está chorando porque está incomodado. Mas e quando isso vem do nada?

As cólicas também são meio fáceis de descobrir, mas só depois de ele... se livrar delas do jeito mais óbvio. A velha e boa cagada, muitas vezes ruidosa. Sai como um torpedo. Bufffffftttt. E ele já estreou uma visita. Quando uma tia da mãe o segurava, num momento em que ele estava especialmente irritadiço, ele cagou sonoramente. Lógico que tudo ficou na fralda e tudo bem, mas ele já mostrou que pode não ser muito hospitaleiro às vezes.

Diante de alguns momentos de irritação sem muita explicação, resolvemos testar o ofurô para ver se ele gostava. De fato, ele parou de chorar. Não pareceu exatamente relaxado, mostrava uma cara de alguma apreensão, mas ficou quietinho. Achamos que ele ia relaxar e coisa e tal, mas assim que tiramos ele da água, começou o berreiro. Vamos ter que testar mais vezes pra sentir se ele vai se revelar um verdadeiro japa, ou se o ofurô vai só mais uma das coisas que os pais compram e não usam...


24/02/2018 - Pacificação

Apesar da ajuda do pai, a mãe continuava estressada. Como o Rafa mamou bem, ela ficou mais calma, mas o corpo continuava tenso. Ela foi fazer uma massagem enquanto eu tomava conta do moleque. E foi só ela sair para ele chorar, chorar, chorar, reclamar... foram umas 2h30 de terror, até a mãe voltar. Para descobrir que ele chorava por... fome!! Pô, ele não tinha comido pra caramba?

Esse negócio de ciclo é complexo. Não sei se a gente tem que impor um ciclo de horas fixas para ele comer. Isso me parece um pouco aquela recomendação estúpida e felizmente já desacreditada de que nós, gente grande, devemos comer a cada três horas para emagrecer. Penso ser muito mais lógico que o bebê coma quando tem fome e não coma quando não tem fome, especialmente se tá tudo certo com ele (ou seja, está cagando bem, mijando bem, ganhando peso, indicando estar bem alimentado). Aparentemente isso deu certo por milhões de anos, já que o relógio é uma invenção meio recente na humanidade... Lógico que muita gente vai falar que agora a mortalidade infantil é muito mais baixa e o cacete, mas é mais lógico ainda que isso decorre do avanço em medidas de higiene e atendimento contra doenças, e não por causa da suposta má alimentação cíclica do bebê...

Em contrapartida, nem sempre que o bebê chora é por fome, obviamente. Tem o sono (sim, ele chora de sono quando pais idiotas o acordam no meio da madrugada para um alimento que ele não quer), as cólicas, o frio, o calor e simplesmente a irritação de ser um ser humano. Sei lá, pode ser peixes com ascendente em peixes, pode ser reencarnação de um avô que era o cara mais irritadiço do mundo, pode ser qualquer coisa, mas o fato é que às vezes o recém-nascido chora por chorar.

Aí rola o que os anglófonos chamam de pacifier. Chupeta para os brasileiros... sim, muita gente é contra. Bom, tem gente que não come carne, tem gente que torce pro Palmeiras, tem gente que defende armas de fogo... a vida é assim, opiniões e opiniões. Eu tenha a opinião de que para o próprio bebê deve ser uma bosta ficar chorando sem parar (mesmo que esteja no colo, recebendo toda a atenção do mundo). 

A gente não sabia se dava ou não chupeta. Mas tendo em vista a irritação invencível dele e o fato de ele próprio dar mostrar de querer algo na boca (no caso, os próprios dedos), resolvemos tentar. 

De repente, a tranquilidade... ahhhhhhh, o som do silêncio!!!! Ele gostou!! 

Se ele vai dar trabalho para tirar depois, não sei. Se ele vai ficar gago, fanho, se vai ter uma péssima pronúncia de mandarim, não sei. Só sei que agora ele parece estar tranquilo, o nível de stress dos pais diminuiu e o Corinthians ganhou do Palmeiras. Tudo isso é muito importante para uma vida saudável!! 


24/02/2018 - A madrugada do pai

A mãe precisa desesperadamente dormir. Então o pai se candidata a alimentá-lo na madrugada e ela aceita. Mas não com a mamadeira, porque ela ainda acha que ele vai preferir a mamadeira ao peito, não vai mais mamar, aí ela vai parar de produzir leite e etc.

Encanações que podem ser substituídas pela técnica do copinho. Sim, dá-se o leite com um copinho. Ele não tem o movimento da deglutição desenvolvido, mas vai dando umas lambiscadas com a língua e se der certo (no Youtube sempre dá certo...) ele bebe o conteúdo de um copinho rapidinho.

Olimpíadas de inverno rolando alternando com jogo da NBA, tudo prometia ser bom para o pai, exceto o fato de estar ainda meio zoado de sono. De qualquer forma, quem tem canais de esporte, tem tudo.

Mas na hora da primeira copada, o problema: tem que acordar o bichinho. Sim, as instruções eram claras: deu o horário, tem que comer. E demorou pelo menos meia hora para acordar o moleque, que quando acordou, obviamente estava mal humorado. Não sei se essa irritação teve relação com o fato de o Brasil não ter descido bem no bobsled, mas ele tava bem p da vida. De qualquer forma, o pai conseguiu fazer o leite do copinho descer goela abaixo, embora muito mais lentamente do que aparecia no YT. A linguinha ia puxando, mas não tão rápido. Além disso, a cada 5 linguadas o bebê  parava pra respirar.

Demorou mais de meia hora para o copinho esvaziar. Na falta de um copinho feito especialmente para bebês, o pai improvisou, tentando primeiro uma tulipa de cerveja do Corinthians e depois um copinho de pinga (usando leite materno no lugar da pinga, é claro). Vale lembrar que esquentar o leite que estava na geladeira foi tranquilo, bastou esquentar água no microondas e depois deixar o copo de coleta em banho maria. Como estava só gelado (e não congelado), esquentou mais rápido que o tempo que ele levou para acordar. Deu tempo também de esterilizar os próprios copinhos, com água fervente também esquentada no microondas.

Depois dessa saga, mais meia hora pra ele dormir (ou seja, mais de uma hora e meia no procedimento!). Nana aqui, nana ali, balança, canta o hino do Corinthians, ele acalma, mas é só colocar ele pra dormir sozinho que chora. E no que dormiu, deu 10 minutos e chorou de novo!! Caceta! Pega no colo de novo e então rola a explosão atômica. Puffffffffrfrfrfrfrfrfrfrrr... cagou...

Teste para o pai: trocar a fralda sozinho. Pois bem, acredite, foi fácil. Tira roupa, desdobra, desabotoa, abre a fralda, vê o estrago, tira a fralda, joga fora, limpa o bebê que tem merda até nas costas, coloca outra fralda, veste de novo e ok. Acredite se quiser, nesse procedimento o bebê ficou tranquilíssimo!!! Show!! Depois descobri que não era para usar papel higiênico para limpá-lo. Ok, mas porque o rolo tava lá no trocador??? O fato é que funcionou. Bota ele pra dormir. Só que o procedimento demorou tanto que sobrou só uma horinha de sono pro bebê até dar o horário de novo.

Achei sacanagem, mas acordei ele de novo. E dessa vez foi feio. Ele odiou. Mesma meia hora para acordar, mas na hora de comer ele se recusou. "Copinho o cacete, eu quero dormir!!". Lógico que quando falo recusar, falo também em chorar como se não tivesse amanhã... a madrugada dos vizinhos deve ter sido boa também...

Depois de tanta recusa resolvi desistir. Ele ingeriu muito pouco, mas se não quer não quer, paciência. O duro é que depois de ter sido acordado, ficou irritado e não queria mais dormir. Demorou quase uma hora pra dormir de novo, entre choros, nanas, hinos do Corinthians, a Polly querendo ver o que tava acontecendo (cachorra curiosa do cacete!). E depois dele dormir, passou-se 1h15 até eu entregar o turno para a mãe de novo, no final da madrugada.

Então, no final das contas ele dormiu no máximo 2h15 na madrugada. E o pai também. Ele ficou puto de ter sido acordado. E o pai também. E depois que acordou de verdade, pós turno do pai, longe daquela porcaria de copinho, mamou bem. O pai não mamou, mas dormiu mais 1h30 até acordar para um novo dia, com a dor de cabeça massacrando...





23/02/2018 - Altos e baixos

A gangorra emocional pela qual passa a mãe certamente tem relação com sua insegurança, turbinada pela falta de sono. Mamada, sono, ritmo de alimentação, por que ele tá chorando? Por que ele não dorme? E por que ele dorme tão bem em outros momentos?

Em compensação, o primeiro banho em casa foi bem. A troca de fraldas tá tranquila. E apesar da insegurança relativa à mamadas, ele parece bem alimentado. Teve pouca icterícia (imperceptível a olhos não treinados, já que ele é semijaponês) e tá mijando e cagando pra caramba. Além disso, a Polly parece estar bem tranquila, embora ainda queira brincar com o brinquedinho quando ele chora.

Mas nós ainda temos que acertar e aprender o ritmo dele, o tipo de bebê que ele é... Oras, são só quatro dias de vida dele. Esse mundo grande, claro, espaçoso, cheio de sons, sabores, cheiros cria um estresse nele. E em nós, pais, também. A sensação é a de que passamos por um estresse pós-traumático de algum evento natural bem grave, tipo um terremoto de 50 graus na escala Richter.

Mas em outros momentos, a paz do filhote realmente é confortadora.


22/02/2018 - Home, sweet home

Então tivemos alta. Ótimo, tudo ok, mas agora é por nossa conta. Quer dizer, nossa conta, mas também da conta dos inúmeros livros, vídeos, blogs e artigos, além da opinião dos parentes e amigos. Algumas são excelentes (geralmente são as reais dúvidas que os pais têm e que perguntam para os mais experientes), mas é lógico que algumas são meio bizarras (geralmente são as opiniões dadas de graça, sem que questionemos...). A gente vai levando e aprendendo com a boas dicas.

A Polly ficou louca com o bebê. Eu tenho certeza que não é ciúme, mas vontade de brincar com o brinquedinho novo. E a gente até deixaria, não fosse o fato de: a) o bebê ser muito pequeno, com o sistema imunológico ainda tá em formação; b) a Polly ter 3 vezes o peso dele e ser meio atabalhoada (como todo cão), capaz de cair em cima, derrubar etc; c) a Polly adora lamber...

A primeira noite em casa foi complexa. A mãe ainda quer pegar o jeito de amamentar e falou que a madrugada é dela. O pai, feliz pra cacete, lamentando não poder ajudar, foi dormir para ao menos estar com alguma disposição no dia seguinte. A mãe testou dar uma mamadeira, já pensando em passar essa incumbência ao pai futuramente, e deu certo um pouco demais. Tão certo que na mamada posterior da madrugada, o Rafael não quis peito e deixou a mãe extremamente insegura, achando que ele nunca mais iria mamar no peito.

Crise! Crise!!






21/02/2018 - Maternidade em ritmo de despedida

A noite foi bem mais tranquila e os pais, dentro do possível com o constante entra e sai de enfermeiras e mamadas noturnas, conseguiram dormir. Uffffaaaaa... 

Mesmo assim, a dor de cabeça do pai continua lá. Saudades da época em que se dormia 7 ou 8 horas ininterruptas num quarto escuro...

O bebê continua bem e parece tranquilo. A mãe tá melhorando da cirurgia, mas ainda não entendeu bem os paranauê da mamada. O pai começa a se preocupar com a quantidade de presentes que o bebê ganha. Lógico que é bom, mas não sabemos se precisaremos contatar a Granero para a mudança para a casa, no dia seguinte.


Entre várias outras visitas, o dia foi para aprender a dar banho. Temperatura da água, procedimento, limpa primeiro aqui, então ali, depois lá, só sei que a última parte a ser limpa é a bunda. Anotado. Lógico que vamos dar umas erradas nos primeiros 100 banhos, mas a vida nem sempre é florida e perfeita, e isso o Rafael vai ter que aprender também. Quem mandou escolher mal os pais?

20/02/2018 - Será que vai ser assim?

A noite foi mal-dormida e surge uma dor de cabeça no pai que perdurará por uns 3 dias, mas o moleque parece saudável. Bons pulmões, mais visitas, e a insegurança da mãe sobre a amamentação, já que ele tem problemas em pegar os bicos dos seios da mãe. 

Bico de silicone no seio e problema parcialmente resolvido. Tem muita gente dando palpite em vídeos, blogs, artigos, livros, dizendo que pode, que não pode, que tem que tentar mais, que os dentes vão ficar tortos, que o bebê vai ficar fanho etc. Na minha opinião se ele não comer, nem vai ter a chance de ser um fanho com os dentes tortos, então melhor é alimentar e ver o que acontece depois, até porque o bebê é ainda muito pequeno e precisa comer.

As enfermeiras mostram como trocar as fraldas. Por enquanto parece fácil, já que: a) produz pouca bosta; b) a bosta produzida não tem cheiro. Mas enquanto estivermos no hospital, só elas trocam as fraldas. Melhor ainda. Toda hora também tem exame e tudo ok.

Já a mãe descobriu que depois que passam os efeitos dos anestésicos mais fortes, o treco doi. Para quem tava pulando da cama no dia anterior, foi meio frustrante e doloroso precisar de ajuda para sair da mesma cama, mesmo com todos aqueles botões que inclinam e abaixam a cama. Fica esperta, mulher!!!






19/02/2018 - Primeira noite

A mãe, ainda sob o efeito de anestésicos forte, achou que a cesariana foi bico, que doi muito pouco, que a laparoscopia pela qual tinha passado anteriormente era muito pior. O bebê, ainda meio zoado por ter nascido, praticamente só dorme, mesmo diante do volume alto da voz de algumas visitas.

Tudo realmente parece tranquilo. 

Sei.


Depois de alguma calmaria o bebê começa a chorar. E chorar. E chorar. O pai balança, faz naninha, passeia com ele pelo quarto, acalma o bichinho e ele para. Quando coloca no berço, o choro volta. Pega ele de novo no colo e ele para. Quando volta pro berço, volta a chorar. O berço deve ter uns espinhos invisíveis para os adultos, NÃO É POSSÍVEL!!!

Lembrando que praticamente não tinha dormido na noite anterior, o pai começa a pensar em sair correndo dali, pegar um avião para a China e descansar um pouco na viagem. O assento na classe econômica deve ser mais calmo...

Mas a mãe acordou após dormir umas 3 horas, colocou ele dormindo de bruços em cima do próprio peito e ele dormiu até a próxima mamada... a partir desse momento o pai não sabe o que aconteceu porque desmaiou no sofá que se torna a sua cama nesses dias de maternidade. Dizem as lendas (e a própria mãe) que ele acalmou...

Aniversário de 0 anos (ou a definição do seu mapa astral) - 19/02/2018 - 7h50

Uááááá.... 3h00 da manhã, acordando para ir ao hospital e amaldiçoando o médico que inventou de fazer o parto às 07h00. Ele devia ter seus motivos, mas o fato é que acordar às 3h00 é sempre motivo de amaldiçoamentos.

Chegada ao Santa Joana tranquila. Pouca gente por lá às 04h00, mas é surpreendente saber que tem mais gente com parto marcado mais ou menos nesse horário do cão. Note-se que o parto é uma cesariana preagendada por causa da posição sentada do rapazote na barriga da mãe, então não tinha nada de surpresa ou urgência que justificasse, para pais sonados, o horário marcado. Mas, enfim, chegamos lá porque o combinado foi isso.

O ritual não tem nada de romântico ou poético: preenchimento de papeis, mãe para a preparação no centro cirúrgico e pai responsável por duas coisas: vestir-se com aquelas roupas de hospital e levar a primeira muda de roupa pro filho. Obviamente o pai sonado consegue errar essa tarefa complexa e esquece as roupas do bebê. Refaz todo o trajeto, e pega as roupas de bebê, sob o olhar sanguinário da mãe (e condescendente das enfermeiras, que já viram isso acontecer um milhão de vezes). Enfim, quando tudo tá pronto, colocam a mãe na maca da cesariana e deixam o pai entrar depois que já rolou o corte (e, possivelmente, o derramamento de líquido amniótico que faz tantos pais desmaiarem).

Foi rápido. Os médicos narram a coisa toda meio que como se fosse a narração de um jogo (de tênis, sem emoções à Galvão Bueno) e soltam um "nasceu!", seguindo de um unhééééééééé do Rafael. 

O procedimento pra costurar a mãe é bem mais demorado que o procedimento de abrir. E depois que as enfermeiras lavam, secam e passam o bebê, ele está pronto para as primeiras fotos e vídeos a serem compartilhados em mídias sociais. Mas se você for das antigas, dá pra escolher uma ou duas das 800 fotos tiradas na sala de parto, mandar imprimir, e fazer aqueles albunzões velhos, pesadões, com a data escrita.



Tudo acabado, a mãe é enviada para um canto (recuperação, algo que nunca peguei no colégio), o bebê para outro (tinha que esquentar um pouco) e o pai vai tomar café porque ainda tá com um sono do cão. Depois de duas horas todo mundo se reencontra no quarto. Alguns anos atrás, aparentemente o bebê ficava no berçário e só ia para o quarto para as refeições (vulgarmente conhecida como mamada). Atualmente parece que se tá tudo ok, a maternidade já deixa o bebê no mesmo quarto dos pais para começar a acostumá-los com o inferno a vida nova que virá. 

Mas a todo momento alguma enfermeira, auxiliar ou médico entram no quarto. De um lado é bom, você se sente mais seguro e se tiver dúvida, pergunta na hora. De outro lado, esse entra e sai se repete também durante a madrugada. Incrivelmente o bebê parece não se incomodar no começo...